Música Férrea
por Gustavo Schiavinatto
Mais um dia comum que assusta de tão parado, parecendo ser um gozado sonho lúcido que se repete a cada dia.
Foi hoje, pela manhã, que pensei ser nada na viva vida cultural ao descer na estação de trem, perto de meu trabalho, que comecei a ruminar a respeito do caso acontecido há pouco,...
Obs.: Alerto que o parágrafo de introdução foi um mero assopro escrito em versos sem pormenor, sem intenção ;-)
...Estava eu à condução férrea, administrador e estudante de letras, a ler um livro de crônicas de nosso irônico amigo Joaquim, quando, sutilmente, algo chamou-me a atenção, uma música, um som peculiar, um estorvo a meus sãos pensamentos, um algo, não sei como, incomum, uma calúnia :-o Sabe, leitor, quando um cidadão escuta uma música ao fone de ouvido tão alta quanto ao orgulho da exaltação do orgulho do ruído que, num raio de cinco metros é possível desfrutar também dessa vibração, aposto que sabe.
Pois então, não foi a altura do som, nem a qualidade da sequência de notas que me incomodou a massa, era a música, o estilo, o autor e o intérprete, Xuxa, isso mesmo são leitor, XUXA! Sei que atualmente não deve vê-la com frequência, , muito menos escutar seus consagrados sucessos infantis, mas sei que pasmo-te do mesmo modo que pasmei-me. Era um rapaz absurdamente normal, não me lembrava ninguém e não se parecia com nada de peculiar a ponto de merecer mais que um ou dois adjetivos. Todavia, normal ele não era. Xuxa ventando aos tímpanos às seis da matina:-/ nem precisava dizer que minha leitura atenta tentou findar-se de vez, e que o “lá, lá, lá, trá, lá, lá, lá, trá, lá, lá...”do violinos da crônica de Machado era menos tremente que o grito “’índio fazer barulho!”da rainha dos baixinhos, porém era menos impressionante, menos comum, menos libidinoso, mais notório, mais temente e mais louvável.
Sinto-me agora um administrador diferente e um estudante mais atento.
Obrigado Xuxa S2 !
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